segunda-feira, 4 de maio de 2015

A moça do 220

Consigo ver o modo como eles pensam.
Todos os dias eu os vejo começando brigas intermináveis.
Gostaria de dizer a ela, “ele não é o homem perfeito”.
Eu os vejo pela janela do quarto.
Ela desce até um banco de concreto, teria um cigarro aquela linda mulher?
Do meu quarto, querendo talvez ter algo para escrever, comecei a observar aquela linda moça.
Ela então retira de um bolso um março de cigarro, acende-o com um isqueiro pouco comum da cidade.
Ele abre a porta de um dos cômodos, se senta sobre uma poltrona confortável de couro, acende um cigarro.
Ainda lá embaixo a pobre moça se põe a caminhar perto de um canteiro de flores, me lembro o quanto ficara linda com todas aquelas flores amarelas juntas dela.
Por um instante me perco foco olhando aquela cena diante de meus olhos.
Ela então se senta em um balanço, logo mais a frente, agora é impossível vê-la.
Depois de alguns instantes abro a janela do meu quarto, e me sento sobre um baú de coisas velhas.
Ela fora meu primeiro amor dos 18 anos, me sinto jovem, mas não incapaz de escrever o que sinto. Sim, ainda sou um garoto, e ela uma linda mulher de 35 anos.


                                                 
Rayssa Chiappetti


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