terça-feira, 4 de novembro de 2014

  De uma árvore pequena e sobre seus galhos frágeis existem dois pássaros pelos quais vejo todos os dias, eu me pego admirada vendo a forma como os animais são dóceis e algo totalmente da natureza. Sobre essa árvore existem pequenas amoras pretas, que são tão doces que conquistam até os pássaros que mal ficam presos a cidade grande. Sobre a forma como eles são, penso se seria diferente o mundo que vivemos se as pessoas que são tão amargas e ridículas umas com as outras, pudesse ao menos ser como eles.
Ser como seres que propagam o bem e que são tão educados quando a luz do sol. Hoje em dia é raridade ver como as pessoas se tratam, algumas procuram pequenas realizações e outras fazem o mal para conseguir algo. Se olhássemos para o horizonte por apenas alguns instantes, perceberíamos coisas maravilhosas que foram construídas para nós, e construídas para que fossemos seres totalmente amigáveis uns com os outros, e fizéssemos de alguns instantes momentos inesquecíveis. Na minha cabeça só existem dois pensamentos e alguma delas vem-me acompanhada por uma pergunta. Os pássaros vivem soltos, e vivem juntos com milhares de humanos, e alguns de nós fazemos mal a eles, sem saber que eles fazem o bem para nós. E por que não conseguimos pensar além de nós mesmos? Não creio que somos tão pequenos assim, e não acho que somos incapazes de olhar através de coisas tão maravilhosas.

  Quando abro a porta, me sinto um pequeno pássaro que vive engaiolado dentro de si mesmo. É uma total insegurança que atinge meus pensamentos e me deixam amedrontada, talvez fosse mais fácil se ao invés de simplesmente sair por obrigação, eu saísse esperançosa esperando um ar positivo sobre meu rosto. E quando saímos, mesmo que seja para ver como o dia está, podemos perceber o olhar das pessoas fixadas sobre nós. O que será que eles pensam quando nos olham? Eu penso que eles nos olham com muita repugnância e com nojos de quem realmente somos. Eu ainda fecho meus olhos acreditando que nunca mais verei algo tão horrível, mas abro-os para enxergar o dia que vivo. Voltando aos pássaros, eles continuam ali sendo carinhosos uns com os outros. Alguns voam para longe e outros continuam ainda muito perto de mim, fico em silêncio para poder admirar ainda mais as pequenas coisas do meu dia. Eles ainda voltam todos os dias e ficam pousados em frente a minha janela.

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